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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Brasil queimando dinheiro


Em vez de investir em reciclagem, cidades optam por usinas de incineração.Lixo que poderia ser reaproveitado vira fumaça.
Depois de 19 anos de tramitação no Congresso Nacional, a Política Nacional de Resíduos Sólidos foi aprovada no ano passado com festa pelos ambientalistas.No entanto, uma modificação de última hora permitiu a adoção da incineração do lixo como uma alternativa que passou a ser considerada de forma corriqueira por diversas cidades em todo o Brasil.Em vez de investir em programas de coleta seletiva, muitas prefeituras têm projetos para construir usinas de incineração, apresentadas como solução "verde".Especialistas, porém, afirmam que o alto custo para se implantar uma usina é inferior aos ganhos econômicos, sociais e ambientais da reciclagem."Retirar a matéria-prima do meio ambiente é mais caro do que reaproveitá-la, afirma Jutta Gutberlet,professora e coordenadora do projeto de coleta seletiva Brasil-Canadá.
Segundo o instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a reciclagem de apenas 2,4% de todo o lixo produzido no Brasil por ano representa economia de recursos de R$1,3 bilhão a R$ 3 bilhões.
Tal valor poderia ser de R$ 8 bilhões e se todos resíduos sólidos urbanos como plásticos fossem reciclados.
Um exemplo dos problemas decorrentes da adoção da incineração é o que acontece em Unaí, em Minas Gerais.
Na cidade, uma pequena usina transforma o lixo queimado em tijolos de carvão usados em siderurgicas.Segundo o Movimento Nacional de Catadores de Recicláveis(MMCR), a unidade tem inviabilizado a reciclagem, já que até os catadores vendem o material para alimentar o fogo.
Em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, a Prefeitura pretende montar uma usina com capacidade para queimar 650 toneladas por dia de lixo.O investimento, dizem as autoridades, virá acompanhado de programas para aumentar a reciclagem de 1% de tudo que é descartado para 10% em 2017.
Mesmo assim, o projeto gera desconfiança."Eles vão queimar os postos de trabalho que a reciclagem cria", argumenta Maria Mônica da Silva, de 38 anos, catadora e membro da articulação estadual do MMCR.
Ela lembra que, para atingir temperaturas elevadas, é preciso que o material queimado seja rico em papel e plásticos, dois materiais recicláveis.A incineração antecipa o fim da vida útil de produtos e não evita que novas matérias-primas sejam retiradas no meio ambiente."É um problema muito complexo que envolve saúde, meio ambiente e economia",destaca.
A administração municipal afirma que o modelo é seguro e não polui, e menciona a prática da queima do lixo em países como Dinamarca e França para garantir sua eficiência, o processo realmente é bastante difundido na Europa.
No entanto, desde 2000, comissões da União Europeia tem desmotivado tal alternativaq, em função da poluição que a fumaça da queima dos resíduos emite no ar, mesmo com rigoroso tratamento a que ela é submetida.
"É um método muito usado, mas também muito questionado pela sociedade", afirma a professora Jutta."Algumas substâncias, principalmente as dioxinas e os furanos são dificílimas e caras de serem contidas dentro das chaminés.E já se sabe que elas têm alto potencial cancerígeno",completa.
No brasil, cerca de 60% do lixo é matéria orgânica, como restos de comida, resíduos que não produzem calor suficiente.O restante pode ser reciclado, com exceção de uma pequena parcela inaproveitável."Nós lutamos para que se amplie a reciclagem e se diminua a produção e o consumo de materiais que não podem ser reaproveitados, porque eles são danosos ao planeta", explica Jutta.
Para ela, além de não resolver os problemas relacionados ao lixo, a incineração cria outros."Ainda será necessário dar destino para as cinzas tóxicas que representam 25% do que é queimado e cria um problema social sério porque prejudica os catadores e as empresas de recicagem"afirma.

Sustentabilidade e economia verde

"O Brasil é o último páis no mundo que possui grandes extensões de floresta ainda em pé"

Sustentabilidade é um tema que vem crescendo nesses últimos anos e entrou na agenda política e empresarial do nosso País.O mundo está de olho no Brasil devido á grandes disponibilidade de recursos naturais.
O desafio central dos sistemas produtivos está voltado para a redução dos impactos ao ecossistema, buscando sempre uma gestão energetica eficiente, com melhor aproveitamento dos recursos.
Chegou o tempo de pensarmos na preservação para garantir um futuro com resultados da economia verde.O Brasil é último país no mundo que possui grandes extensões de floresta ainda em pé.
Temos plena consciência de que a população vem aumentando e somos o celeiro mundial e os únicos com chances reais de aumento na produção de alimentos.Não precisamos derrubar nenhuma árvore sequer para suprir a demanda por alimentos, mas, sim, recuperar a área degradada de baixa produção ou que foi inutilizada pelo processo agressivo de exploração.
O fortalecimento da economia verde começa por uma boa educação ambiental nas escolas e passa pelas mãos dos governos, que precisam direcionar esforços para fomentar inovações fiscais e licenças negociáveis para quem promove investimentos sustentáveis.


http://www.footprintnetwork.org/en/index.php/GFN/page/calculators/


http://www.planetasustentavel.com.br