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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Saiba mais sobre a água em pó, grande promessa contra seca

A água em pó melhora a capacidade de absorção do solo e pode diminuir o gasto insustentável do planeta com irrigação.

Pesquisadores estão desenvolvendo um tipo de água em pó, que promete agir contra a seca em diversas regiões do mundo. Dez gramas do novo produto equivalem a um litro de água.

 

grande promessa contra seca
A água em pó promete ajudar a agricultura a poupar água e superar as secas.
Chuva sólida: a solução para a irrigação

De acordo com a Organização das Nações Unidas, a agricultura usa 92% da água doce do mundo. Este consumo transforma o cultivo de alimentos e outros produtos quase que insustentável. A ONU constatou também que os países que mais consomem água no planeta são Estados Unidos, China, Índia e Brasil.

A água em pó, que foi denominada chuva sólida, espera superar o desafio global de cultivar plantas em condições áridas. A ideia está despertando o interesse de muitos produtores rurais e empresas, principalmente depois que a ONU afirmou que a maior parte da água usada no planeta vai para a irrigação.

Um negócio de sucesso
 

Saiba mais sobre a água em pó, grande promessa contra secaA chuva sólida é fabricada no México. (Foto:Divulgação)

A descoberta da água em pó começou em 1970, quando o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos desenvolveu um produto superabsorvente feito com um tipo de goma. O engenheiro mexicano Sérgio Jesus Rico Velasco, no entanto, descobriu o potencial da substância para reter água no solo.

Há cerca de 10 anos, Velasco vende ‘chuva sólida’ no México. Sua equipe descobriu que o produto é capaz de ampliar a colheita em 300% e superar todos os temores a respeito da falta de água.

A chuva sólida é capaz de encapsular a água no solo, um efeito que pode durar de 8 a 10 anos. Os resultados podem ser ainda melhores se a irrigação for feita com água pura.
 

A empresa responsável pela chuva sólida recomenda usar 50 quilos do produto por hectare. Para adotar esta forma econômica de tratar o solo, o produtor precisa investir o equivalente a US$ 1.500.

Diferente do que muitos pensam, a chuva sólida não é tóxica e não libera compostos que agridem o solo. Depois de um tempo, o pó se torna parte da planta.

Alguns pesquisadores ainda contestam os efeitos da chuva sólida, como é o caso de Linda Chalker-Scott, da Universidade do Estado de Washington. Ela afirma que o produto pode causar problemas na medida em que vai desviando a água que iria para a raiz da planta. Desta forma, se o uso não for bem administrado, a chuva sólida pode resultar em problemas para o produtor.