A cada década, o Ártico perde 15% de sua superfície gelada.A constatação foi feita pelo meteorologista canadense Michel Béland.O especialista também afirmou em Barcelona, onde foi participar do ciclo de conferências por ocasião do Ano Polar Internacional, que o fenômeno está ocorrendo no dobro da velocidade prevista.
Segundo ele, se essa tendência for mantida, o gelo no Ártico não desaparecerá só no final do século, mais daqui a 30 ou 40 anos.”As observações apontam nesta direção”, disse Béland, que tem ais de 25 anos dedicados ao estudo do clima polar e preside a comissão de Ciências da Atmosfera da Organização Metereológica Mundial.
O metereologista também advertiu que as mudanças provocarão o desaparecimento de todo o gelo do Ártico no verão.Afirmou que isso afetará toda a população do planeta.
Ele ressaltou que alguns cientistas acreditam que esse degelo em massa poderia aumentar o nível do mar em até seis metros, o que deixaria milhões de pessoas deslocadas.
Béland lembrou que os pólos são as zonas do planeta onde, devido ás suas características atmosféricas e climáticas, os efeitos da mudança são mais intensos.Por isso, assinalou, “o que acontece nesse lugar serve de aviso sobre o que pode ocorrer no resto do planeta”.
A cobertura de gelo no hemisfério norte atingiu recentemente o minimo histórico, batendo um recorde negativo desde o início das observações.A cobertura de gelo no Ártico agora é de apenas 2,9 milhões de quilômetros quadrados.Houve uma queda de 27% em relação ao recorde de mínima anterior, registrado em 2005.
Devido ao assustador degelo, a chamada passagem Noroeste ficou completamente livre, abrindo uma rota historicamente instransponível entre a europa e a Ásia no Ártico, que liga o Atlântico ao Pacífico.A abertura foi registrada em imagem de satélite pela Agência Espacial Européia(ESA), mostrando a variação entre 2005e2007.
Já no Pólo Sul acontece o oposto.A cobertura de gelo o hemisfério
sul bateu novo recorde de máxima desde o início das observações por satélites, em 1979.A cobertura atualmente alcança 16,26 milhões de quilômetros quadrados contra o recorde prévio de 16,03 milhões, uma variação de 1,4% em relação á máxima histórica anterior.
Em menos de 50 anos, o gelo do Ártico pode desaparecer. A previsão é do catedrático de ecologia da Universidade do Alasca
Fairbanks(EUA), E.Stuart Chapin. Ele explicou que isso pode acontece em conseqüência das mudanças climáticas, que, segundo alertou, estão ocorrendo de forma muito mais rápida do que se previa.
Os resultados das pesquisas de Chapin a respeito do aquecimento no Ártico e seus efeitos sobre o planeta foram apresentados na fundação BBVA, de Madri.
O relatório também fala da reação das espécies animais e vegetais do aumento das temperaturas.
O pesquisador advertiu que “viveremos um momento crítico para o futuro da biodiversidade e do planeta” e ressaltou que “as decisões dos diferentes países é que determinarão as mudanças que ocorrerão nas próximas décadas”.
Em relação ao relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas(IPCC, em inglês), da Organização das Nações Unidas(ONU), Chapin disse serem “muito conservadores”.De acordo com as pesquisas realizadas por sua equipe, a neve derrete cada vez mais cedo no Ártico, o que acelera a mudança climática na região, a qual registrou, nos últimos anos, as temperaturas mais elevadas em 400 anos.
A neve no Ártico derreteu, em média, dois dias e meio mais cedo por década nos últimos 45 anos, segundo o pesquisador. No Alasca, no mesmo período- de 1961 até agora, ocorreu um aquecimento de verão, que originou também um aquecimento do ar, cuja temperatura se elevou em 2,7 graus Celsius, alcançando as médias mais altas no últimos 75 anos.
Conforme afirmou Chapin, a maior duração da temporada sem neve permitiu a extensão rumo ao norte do Alasca da floresta boreal, que está progressivamente preenchendo regiões anteriormente ocupadas pela tundra(vegetação que vive sob frio intenso).
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