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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Proteção da Amazônia



Áreas protegidas da Amazônia são responsáveis pela redução do desmatamento

Márcia Maria Cruz

Publicação: 01/09/2010 10:42
Belo Horizonte — O Brasil está próximo de atingir 1,25 milhão de quilômetros quadrados protegidos na Amazônia, área que representa 27% do território ocupado pelo bioma. Pesquisas recentes têm demonstrado que as áreas protegidas são imprescindíveis para barrar o aquecimento global. O estudo Papel das áreas protegidas da Amazônia brasileira na mitigação das mudanças climáticas, publicado no periódico científico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), no primeiro semestre, comprovou a eficácia dessas áreas na redução de emissão de gás carbônico.
Segundo o líder do estudo, Britaldo Soares Filho, coordenador do programa de pós-graduação em modelagem de sistemas ambientais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os trechos protegidos foram responsáveis por 37% da redução, entre 2004 e 2006, de um dos principais vilões para o aumento da temperatura no globo: o desmatamento. A projeção feita pelo trabalho é de que a proteção de novas áreas poderá evitar a emissão de 8 bilhões de toneladas de carbono até 2050.
“O trabalho comprova cientificamente a eficácia desse esforço e a necessidade de apoio, até de outros países, às ações de preservação”, diz Britaldo. A meta de área preservada de 30% foi estabelecida em 2006 pela Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio) e, mesmo antes de ter sido plenamente alcançada, poderá ser revista. Seus percentuais poderão ser ampliados durante a 10ª Conferência das Partes da Convenção da Diversidade Biológica (CBD), que ocorrerá em Nagoya, Japão, de 18 a 29 de outubro.
“Como está sendo discutida a revisão das metas, é possível que se aumentem os percentuais para os biomas do mundo, incluindo a Amazônia”, diz o diretor de áreas protegidas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fábio França. De acordo com França, ainda não foram definidos os percentuais que deverão ser apresentados pela comitiva brasileira. No entanto, ele admite que 30% não é o ideal, mas ressalva que, se as terras indígenas forem somadas às áreas protegidas da Amazônia, esse número aumenta para 45% do bioma. “Não é o melhor dos mundos, porque para reduzir a emissão de gases de efeito estufa e conservar a biodiversidade, o ideal é desmatamento zero”, admite.
O combate ao desmatamento é uma das principais ações para que o Brasil possa deixar de figurar na lista dos países que mais emitem gases de efeito estufa, ou seja, os que mais colaboram para o aquecimento do planeta — ao lado dos Estados Unidos, da China e da Índia. “O principal responsável pela emissão de dióxido de carbono não é a indústria, o transporte, a energia elétrica. O vilão é a mudança de uso do solo. Em outras palavras, a conversão do solo da floresta para uso da agricultura ou aumento da área urbana”, pontua Fábio.
O programa de áreas protegidas da Amazônia (Arpa) é implementado por uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente, o Ibama, governos estaduais e municipais da Amazônia, Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF), Banco Mundial, KfW (banco de cooperação do governo da Alemanha), GTZ (agência de cooperação da Alemanha), WWF-Brasil, Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) e organizações da sociedade civil. Segundo o diretor do MMA, os resultados encontrados, em geral, indicam que as taxas de derrubada da floresta no interior dessas áreas são significativamente menores quando comparadas às áreas adjacentes.
Para garantir que as áreas protegidas não fiquem apenas no papel, os gestores do projeto devem investir US$ 400 milhões em 10 anos em ações de preservação. Segundo França, a determinação de uma região como área protegida inibe a derrubada ilegal de árvores, porque os criminosos não iniciam atividades econômicas em áreas onde fatalmente serão multados. “O Brasil é um dos países líderes no sensoriamento remoto, feito por sobrevoo ou imagem de satélite. É possível identificar em tempo real o desmatamento, o que ajuda a direcionar o esforço da fiscalização”, acrescenta.

Respiração
A preservação do bioma amazônico, além de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, que são liberados quando as árvores são queimadas, também pode colaborar para a captura do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera. Ao longo da vida, as plantas realizam os processos de fotossíntese e de respiração. Durante a fotossíntese, as plantas capturam o CO2 da atmosfera para a produção de energia e liberam oxigênio. Por essa razão, as plantas são fundamentais para manter o equilíbrio do CO2. Ao respirar, elas fazem o processo inverso, liberando CO2.
Quando a floresta está em processo de crescimento, ela captura mais CO2, devido à fotossíntese, mais intensa. Era corrente entre os ecólogos que florestas em estágio de clímax ou adultas, como na Amazônia, tivessem estabilidade na captura e na produção de CO2. No entanto, algumas pesquisas vêm demonstrando que as florestas de clímax também podem capturar CO2 durante a fotossíntese. Uma delas foi desenvolvida por um grupo de 11 pesquisadores, entre os quais três brasileiros: Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Antônio C. Miranda e Heloísa S. Miranda, da Universidade de Brasília (UnB).
O grupo defende no estudo que o aumento da taxa de gás carbônico na atmosfera, em uma curva ascendente nos últimos anos, poderia na realidade incrementar a taxa de fotossíntese na Floresta Amazônica. A captura de gás carbônico por florestas estáveis é controversa. Por exemplo, de acordo com a analista de programa de conservação da WWF-Brasil Karen Suassuna, o balanço de carbono é neutro. O consenso entre todos os pesquisadores, no entanto, é que a preservação da Amazônia é fundamental para reduzir o aquecimento global. “Temos que garantir a preservação da biodiversidade e também pelo valor cultural da floresta” defende Karen.

Desmatamento cai 48%

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) divulgou ontem os últimos dados de desmatamento da Amazônia: foram devastados 485,1 quilômetros quadrados, de acordo com o Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter). Segundo o MMA, o total de desmate acumulado entre 2009 e 2010, no período de junho a julho, foi 48% menor do que o mesmo período de 2007 e 2008. A destruição foi liderada pelo estado do Pará, com 237,9 quilômetros quadrados, seguido por Mato Grosso, com 102,2 quilômetros quadrados. Os dados são relativos ainda ao Acre, ao Amazonas, ao Maranhão, a Mato Grosso, a Rondônia e a Tocantins. O Deter é um levantamento rápido feito mensalmente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) desde maio de 2004, com dados de três satélites que detectam focos de incêndio no país inteiro. Ele foi desenvolvido como um sistema de alerta para suporte à fiscalização e controle do desmatamento, mapeando tanto áreas de corte raso quanto áreas desmatadas por degradação florestal. (MMC)

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Acontecimento do aquecimento global no mundo


Índia
Fazendeiro de Narinampura,vilarejo próximo à cidade de Ahmedabd, cultiva campo seco, Monções de junho, cruciais para as plantações de grãos, atrasaram este ano e tempo árido demais deve prejudicar a colheita.
China
O País também foi afetado por secas brutais em fevereiro, chão rachado na província de Yunnan.Na região oeste, a estimativa é que 3,56 milhões de hectares de grãos plantados se perderam em função da falta de chuvas.
Argélia
No tempo seco, queimada se espalha rápido pela floresta.Em alguns países africanos, temperatura bateu recorde e passou de 50ºc.
Vietnã
Camponês observa campo de cultivo de arroz destruído pelo calor.Seca de julho, que rachou o solo, foi considerada pelo governo a pior no país nas últimas 2 décadas.
Situação de agricultores é crítica.
Filipinas
Em marco colheita de milho em diversas regiões da Ásia foi prejudicada pela seca.Na foto, agricultor mostra espiga que não se desenvolveu em função da falta de água.Estragadas, diversas colheitas foram descartadas.
Afeganistão
Calor e seca pouco comuns durante o inverno no país, em janeiro, provocaram temor de que a situação de muitas famílias se agravasse. Na foto, moradores de região próxima à capital Cabul buscam água em uma fonte pública.

Canela

Vendavais de mais de 100 KM/H provocaram destruição no Rio Grande do Sul.
Chapecó
Queda de temperatura foi marcada por uma geada que destruiu plantações em Santa Catarina semana retrasada.
Cabrobó
Gado morto de fome na seca no interior de Pernanmuco neste mês.Calor tem castigado sertanejos no Nordeste brasileiro este ano.

"Haverá cada vez mais secas no Brasil"




O presidente da Comissão de meteorologia Agrícola da WMO, o neozelandês Kim Salinger, alerta que o aqueicmento global é crítico e que, se o consumo de energia e combustível não diminuir, o planeta não aguentará.
Estão acontecendo mais desastres naturais do que antes?
Há dois aspectos.Primeiro, tem mais gente em locais vulneráveis, áreas de risco, e, quanto algo acontece, o imposto é maior. Mas há também o aquecimento global, que provoca o aumento de ondas gigantes, secas, invernos mais intensos, enchentes.Com as mudanças que aconteceram, estamos mais sujeitos a eventos extremos.
Como isso se dá no Brasil?
Há desde as enchentes em Alagoas e Pernambuco, que estão relacionadas ao fenômeno “La Niña”, até as secas.Haverá cada vez mais seas no Brasil.Com a temperatura mais quente, a evaporação é mais rápida e os solos secarão com mais frequência.Isso não é bom para a agricultura.Estamos preocupados.
Há cientistas que contestam o aquecimento global, nâo?
Isso é besteira.Se olhar os dados, a década de 200 é a mais quente desde 1850(quando as medições começaram).Os oceanos estão mais quentes, as camadas de gelo estão derretendo, o aquecimento global é um fato concreto.Quanto mais cedo agirmos, melhor.A situação é grave e temos que nos preocupar.Temos que passar a usar energia solar e eólica.Aqui no Brasil tem muito sol.É preciso aproveitar isso.Não faz sentido, por exemplo, usar energia elétrica para esquentar a água de um banho.

Acredita que as pessoas dão a atenção necessária para as alterações climáticas em curso?
Ainda não deram mais atenção à crise financeira e deixaram essa que é gravíssima de lado.
Fazemos negócios como sempre fizemos, ainda não houve mudanças. A previsão é que a população cresça muito nas próximas décadas e temos que ser inteligentes para o globo suportar tanta gente.Temos que mudar costumes,todos nós.

Meteorologistas revelam pessimismo com o clima do planeta


Principais meteorologistas do mundo revelam pessimismo com o clima do planeta e preveem dificuldades na agricultura


A organização Mundial de Meteorologista(WMO, da sigla em inglês), agência da Organização das Nações Unidas(ONU) responsável por monitorar o clima do planeta, prevê que nos próximos anos será cada vez mais difícil plantar e colher alimentos devido ao aquecimento global.

O alerta foi feito durante o seminário internacional “Crise de subsistência dos produtores rurais:alimentação ameaçada pelas mudanças climáticas”, realizado em julho em Belo Horizonte(MG) pela associação suíca independente media21.Segundo os cientistas, eventos climáticos serão mais comuns e os agricultores, especialmente os de países pobres, serão os principais afetados.

“A produção de alimentos ficará mais difícil e as secas atingirão de maneira drástica boa parte da África.Em algumas regiões em que4 nunca foi possível plantar, como a Sibéria e parte do Canadá, será possível começar a produzir, mas, em termos globais, as perdas serão muito maiores que os ganhos que teremos com a mudança de temperatura”, explicou o secretário-geral da WMO, o francês Michel Jarraud.Ele ressalta a necessidade de medidas urgentes para tentar frear o aquecimento global e prevê problemas graves.O calor e as secas não são os únicos sinais da mudança de temperatura.O desequilíbrio nas correntes marítimas e ventos provoca também invernos mais rigorosos e temporais, além de outros eventos drásticos.

No Brasil, nas últimas semanas houve registros de situações extremas em diferentes regiões.No Mato Grosso do Sul, cerca de 3 mil bois morreram de frio próximo à fronteira do Paraguai.Em Chapecó(SC), agricultores tiveram dificuldades com uma geada forte que destruiu parte das plantações.No Acre e em diversos outros pontos da Floresta Amazônica, o tempo seco e os ventos agravaram o risco e os danos das queimadas, comuns nesta época do ano, Em Canela(RS), ventos de mais de 100Km/h arrancaram o telhado de casas e provocaram estragos graves.

No nordeste,depois da chuva que destruiu cidades inteiras em Alagoas e Pernambuco, sertanejos agora sofrem com a seca.

Isso só para citar fatos recentes no Brasil.

Há relatos de intempéries em todos os cantos do mundo e, de acordo com as WMO, elas devem ser cada vez mais comuns.”As mudanças provocam também outros estragos.Na agricultura pode favorecer a disseminação de fungos e pragas, por exemplo”,ressalta Jarraud, destacando a importância da colaboração internacional entre os meteorologistas.Segundo ele, uma rede bem organizada de previsão e troca de informações pode ajudar a minimizar desastres e disseminação de males, inclusive na área da saúde.”As chuvas podem levar a epidemias de cólera, dengue e malária, doenças que podemos tentar prevenir. As secas favorecem doenças como meningite”.

Entre as recomendações da WMO para tentar minimizar o aquecimento global. Estão a redução de consumo de recursos naturais, o plantio de árvores e o combate ao desmatamento, o uso de transporte alternativo, incluindo caminhadas e bicicletas, em vez de carros, a reciclagem de recursos naturais e o uso de energias renováveis como luz solar e vento.

“Todos temos que trabalhar juntos, nenhum país pode fazer isso sozinho”, afirmo o secretário-geral da WMO.

sábado, 28 de agosto de 2010

Extinção dos mamutes

Aquecimento global causou extinção dos mamutes, diz estudo

Manute-lanoso
Mamutes foram extintos na Sibéria por volta de 4 mil anos atrás
Um estudo da britânica Universidade de Durham afirma que os mamutes foram extintos por causa da redução nas áreas de pasto causada por mudanças climáticas, e não em consequência da caça por parte de seres humanos.
De acordo com a pesquisa, a elevação da temperatura do planeta com o fim da época mais fria da chamada Era do Gelo – cerca de 21 mil anos atrás – viu um declínio nas áreas de pradarias nas quais esses animais se alimentavam.
Há cerca de 14 mil anos, os Mammuthus primigenius, ou mamutes-lanosos, que um dia fizeram parte da paisagem europeia, se resumiam ao norte da Sibéria, onde acabaram morrendo 4 mil anos atrás.
As razões dessa extinção são incertas e viraram alvo de um intenso debate entre os cientistas.
Enquanto uns argumentam que o processo está ligado ao aquecimento global, outros defendem que foram as pressões em decorrência de uma população humana crescente.
Uma terceira teoria atribui o fim dos mamutes à colisão de um meteoro.
"O que os nossos resultados sugerem é que a mudança climática – através do efeito que teve sobre a vegetação – foi o fator-chave que causou a redução da população e a extinção dos mamutes e de outros herbívoros de grande porte", afirmou o professor Brian Huntley, que coordenou o estudo.

Grama x florestas
A pesquisa recriou, através de computador, modelos que simularam a vegetação na Europa, Ásia e América do Norte nos últimos 42 mil anos.
Os cientistas levaram em conta o que se acredita ter sido o comportamento do clima durante esse período e modelos de como determinados tipos de vegetação crescem em diferentes condições.
As baixas temperaturas e as condições especialmente secas da Era do Gelo, combinadas com as baixas condições de emissão de dióxido de carbono, não favoreciam o crescimento de árvores, eles concluíram.
Isso fez com que, em vez de florestas, a paisagem daquela época fosse marcada por vastas áreas de pradarias, ideais para herbívoros de grande porte, como os mamutes.
Com o passar dos anos o clima se tornou mais quente e úmido. No fim da era glacial, a concentração de dióxido de carbono era mais elevada. Como resultado, as árvores tomaram áreas que antes eram de pradarias.
"No ápice da Era do Gelo, os mamutes e outros herbívoros contavam com mais alimentos", disse o pesquisador. "Mas à medida que caminhamos para uma etapa pós- glacial, as árvores gradualmente substituíram os ecossistemas herbáceos e isto reduziu muito a área de pastagem."

Fonte:site da bbc

Aquecimento global no Brasil

Aquecimento global pode afetar Brasil até 20% mais que a média, diz Inpe


Um aumento de até 4 graus pode causar o desaparecimento da Amazônia
O aquecimento global no Brasil pode ter efeitos 20% maiores que a média global até o fim do século, com grandes impactos sobre os índices pluviométricos do país, de acordo com um novo estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), lançado durante a reunião das Nações Unidas sobre o clima, em Copenhague.a
Em parceria com o Met Office Hadley Centre, da Grã-Bretanha, cientistas fizeram projeções dos efeitos dos gases que provocam o efeito estufa no país usando diferentes modelos.
As consequências econômicas para o país são potencialmente desastrosas, já que uma redução no regime de chuvas do Brasil teria efeitos diretos sobre a produção de energia elétrica – 70% da qual é gerada por hidrelétricas.
Além disso, as pesquisas do Inpe e do Hadley Centre alertam para os riscos do desmatamento que também colabora para deixar o clima mais quente e seco.

Chuva
Se mais de 40% da extensão original da floresta amazônica for desmatada, isto pode significar a diminuição drástica da chuva na Amazônia Oriental.
Segundo os pesquisadores, 40% de desmatamento ou um aquecimento global entre 3°C e 4°C representariam o ‘tipping point’, ou seja, o ponto a partir do qual parte da floresta corre o risco de começar a desaparecer.
Com apenas 2ºC a mais no termômetro, a bacia amazônica perderia 12% do volume de chuvas e a bacia do São Francisco, 15%.
Na bacia do Prata, por outro lado, os cientistas prevêem um aumento nos índices pluviométricos de 2%.

São Francisco
Nas previsões mais extremas, com um acréscimo de temperatura de 6,6%, as chuvas na Amazônia e na região do São Francisco poderiam cair 40% e 47%, respectivamente, literalmente transformando essas regiões.
Os pesquisadores ainda fizeram uma versão intermediária dos impactos do aquecimento, levando em conta um acréscimo de 5,3ºC. Nesta, a bacia do São Francisco perderia 37% das suas precipitações, enquanto a região amazônica teria 31% a menos de chuvas.
Mesmo a hipótese menos drástica, de um aquecimento de 2ºC, ameaçaria o futuro do rio São Francisco, que já terá o seu volume d’água bastante afetado pelas obras de transposição.
O modelo climático global do Hadley Centre é faz projeções de alterações do clima em todo o mundo.
Já o modelo climático regional do Inpe se concentra no Brasil e avalia o impacto de níveis diferentes de aquecimento global.
Desde a década de 80, o Inpe vem aplicando modelos climáticos globais como ferramenta para estudar os impactos do desmatamento na Amazônia sobre o clima.

Fonte:site da bbc

Redução de aquecimento global

Só estagnação econômica pode reduzir aquecimento global, diz estudo

Escultura representa o futuro negro do planeta com o aquecimento global
Relatório não vê biocombustíveis como possível solução
Um estudo de uma entidade britânica, divulgado nesta segunda-feira, defende que a única forma de controlar o aquecimento global é que os países ricos interrompam seu crescimento econômico.
A tese defendida pela Fundação Nova Economia (NEF, na sigla em inglês) é de que, mesmo com expansão econômica reduzida, não será possível atingir a meta de aquecimento global abaixo dos 2º C, como almejado pela comunidade internacional.
No relatório Crescimento não é possível: porque as nações ricas precisam de uma nova direção econômica, Andrew Simms, diretor da NEF, explica que “o crescimento econômico incessante está consumindo a biosfera do planeta além de seus limites”.
Em sua visão, o custo dessa expansão aparece no “comprometimento da segurança alimentar global, nas mudanças drásticas do clima, na instabilidade econômica e nas ameaças ao bem-estar social”.
Por isso, o mundo precisa de uma nova economia que respeite o orçamento ambiental, diz o estudo.
“Não há um banco central global do meio ambiente para nos salvar se formos à falência ecológica”, conclui.

Gases causadores do efeito estufa
O relatório da NEF explica que, segundo a Nasa, a agência espacial americana, a concentração máxima de gás carbônico na atmosfera para manter o aquecimento global dentro dos 2º C deveria ser de 350 ppm (partículas por milhão).
Para atingir essa meta até 2050, porém, a humanidade teria de reduzir sua intensidade de carbono na economia (quantidade de CO2 necessária para gerar expansão econômica) em 95%.
Não há um banco central global do meio ambiente para nos salvar se formos à falência ecológica

Andrew Simms, diretor da NEF
O problema é que a intensidade vem aumentando ao longo desta década.
Para reverter essa tendência, o estudo destaca que seria necessário um esforço político muito superior ao apresentado durante a Conferência de Mudança Climática em Copenhague, em dezembro do ano passado.
Justamente por isso o estudo classifica essa drástica redução na intensidade de carbono na economia como “sem precedente e, provavelmente, impossível”, reforçando a defesa pela estagnação econômica.

Alternativas inviáveis
O estudo também confronta a posição de muitos líderes globais de que o uso de biocombustíveis é uma opção viável para controlar o aquecimento global.
O primeiro problema é que esses combustíveis consomem uma área agrícola essencial para a produção de alimentos.
Se o Reino Unido, por exemplo, quisesse substituir seu consumo de petróleo por biocombustíveis à base de soja ou milho, precisaria de 36 milhões de hectares, ou seja, uma área 650% superior às terras aráveis do país, diz o estudo.
No caso do etanol produzido à base de cana-de-açúcar, o relatório admite que é possível produzir o combustível com o bagaço da cana, mantendo o suco voltado para a produção de alimentos.
Mas o etanol à base do bagaço “ainda precisa de substancial pesquisa e ainda não é comercialmente viável”, diz o estudo.
Com base em todas as possíveis alternativas analisadas pela NEF, o estudo concluiu que não pode haver controle do aquecimento global sem controle do crescimento econômico.
“Isso significa que, para permitir um crescimento econômico em países com baixa renda per capita (...), será necessária uma redução na expansão econômica dos países ricos”, conclui o relatório.
Fonte:site da bbc

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Forte tempestade de vento

Forte tempestade de vento derrubou mais
de meio bilhão de árvores na Amazônia

Estudo mostra que a destruição equivale a 30% do desmatamento recente
Alberto César Araújo/21.05.2010/AEAlberto César Araújo/21.05.2010/AE
Especialistas estimam que a destruição das floresta contribui com até 20% das emissões de carbono responsável pelo aquecimento global
Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Tulane, nos Estados Unidos, mostrou que uma forte tempestade de vento que caiu sobre a Amazônia em 2005 foi suficiente para derrubar meio bilhão de árvores.
Os especialistas disseram nesta terça-feira (13) que a pesquisa revela o quanto as florestas do mundo podem ser vulneráveis aos fenômenos meteorológicos violentos ligados às mudanças climáticas.
Foram usados dados coletados por satélites, observações locais e modelos projetados no computador para chegar ao resultado, que calcula a quantidade de árvores derrubadas entre 441 milhões e 663 milhões de árvores no mês de janeiro de 2005.
Segundo os estudiosos, a destruição foi equivalente a aproximadamente 30% do desmatamento causado na região em torno da cidade de Manaus neste ano.
As árvores mortas teriam liberado quantidade de carbono equivalente a mais de um quinto do que é emitido a cada ano com o crescimento da maior floresta do mundo.
Especialistas estimam que a destruição das floresta contribui com até 20% das emissões de carbono responsável pelo aquecimento global. Os maiores responsáveis pela destruição da Amazônia são pecuaristas e pequenos produtores.
Jeff Chambers, um dos autores da pesquisa, diz que análises como essa são importantes para entender a ação dos fenômenos naturais.
- É muito importante que começamos a estabelecer algumas linhas de base e compreender com que frequência essas tempestades ocorrem. Qual a fração das árvores está sendo morta a cada ano pelo vento? Nós ainda sequer sabemos disso.


Fonte:http://www.r7.com

Geleira chinesa

Geleira chinesa perde 6 m por ano
devido aos efeitos da mudança climática

A Touming Mengke é a maior geleira da cordilheira de Qilian
Reprodução
Foto Reprodução

Nas últimas cinco décadas, a geleira de 10,1 km de comprimento
e que cobre uma superfície de 21,9 km2, derreteu 300 m
A geleira Touming Mengke, na Província de Gansu, no noroeste na China, está derretendo por efeitos das mudanças climáticas, informou hoje o jornal China Daily.
A Touming Mengke é a maior geleira da cordilheira de Qilian, em Sunan, mas, devido ao aquecimento provocado pelos gases responsáveis pelo efeito estufa, ela está sofrendo uma redução de 6 m a cada ano.A queima de combustíveis fósseis (como a gasolina) faz com que gases tóxicos formem uma camada na atmosfera, impedindo a liberação do calor no planeta.Nas últimas cinco décadas, a geleira de 10,1 km de comprimento e que cobre uma superfície de 21,9 km2, derreteu 300 m.
Sua altura máxima é de 5.483 m sobre o nível do mar e a mínima, de 4.260 m, e se encontra no vale Laohu, na área norte da montanha Daxue, distrito de Subei.
Da mesma forma que a Touming Mengke, outras geleiras da China estão sofrendo as consequências do aquecimento global.

Fonte:http://www.r7.com

Rússia enfrenta pior seca dos últimos 100 anos

Temperaturas chegam a 38ºC em Moscou, 9 ºC acima do normal para a época.

Andrey Smirnov/19.07.2010/AFPFoto Andrey Smirnov/19.07.2010/AFP
Bombeiro tenta apagar um incêndio em Shatura, cerca de 120 km a leste de Moscou. As temperaturas atingiram 38ºC na capital russa
A Rússia atravessa a pior seca do país em mais de um século. A capital Moscou, conhecida mundialmente pelas temperaturas gélidas no inverno, está mais quente do que países europeus e resorts africanos, segundo o site The Voice of Russia.
O calor já fez com que o asfalto derretesse e impulsionou as vendas de ar condicionado, ventiladores, sorvetes e bebidas, além de elevar os preços mundiais de grãos. Ecologistas culpam o fenômeno do aquecimento global pelo período anormalmente seco.
No sábado, as temperaturas em Moscou bateram um recorde de 38ºC e continuam a subir, fazendo com que julho seja o mês mais quente em 130 anos. A temperatura média na Rússia central está 9 ºC acima do normal para esta época.
A onda de calor provocou incêndios florestais e destruiu milhares de hectares de plantações. Pavel Skurikhin, presidente da União Nacional de Produtores de Grãos, diz que está prevista uma redução de até 25% na safra de grãos deste ano, em relação ao ano anterior. Mesmo assim, ela ainda é suficiente para atender à demanda doméstica.

Ambientalista culpa aquecimento global

Em entrevista ao The Voice of Russia, Alexey Kokorin, chefe do Programa de Clima e Energia da World Wide Fund (WWF) da Rússia, diz que um período tão longo de tempo quente só pode ser resultado das mudanças climáticas.
- Eu acho que o calor que estamos sofrendo agora, assim como temperaturas muito baixas que tivemos este inverno, foi causado pelo impacto humano sobre o clima e pelo efeito estufa.
Kokorin acredita que a única maneira de melhorar a situação é enfraquecer ações humanas que alteram o meio ambiente, aumentar a eficiência energética e reduzir as emissões prejudiciais ao meio ambiente. No entanto, ele acha que os russos não terão nada a fazer senão adaptar às mudanças climáticas.
Os médicos aconselham a população a tomar cuidados em relação à saúde: beber mais água, ficar menos tempo no sol e tomar banhos frequentes.
Meteorologistas dizem que o clima quente continuará afetando o país na próxima semana.
Fonte:http://noticias.r7.com/internacional/noticias/

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Pesquisa revela que uma espécie ficou com metade do tamanho ao longo do período

Wikimedia CommonsWikimedia Commons
Nova espécie, parecida com uma hiena (foto), diminuiu do tamanho
de um urso para o de um coiote e ficou assim por 200 mil anos
Uma pesquisa da Universidade da Flórida revelou que os mamíferos diminuíram de tamanho durante o aquecimento global que ocorreu há 55 milhões de anos. O estudo mostra uma nova espécie que ficou com metade do tamanho de seus ancestrais enquanto durou o período. Chamado Palaeonictis wingi, o animal diminuiu do tamanho de um urso para o de um coiote e ficou assim por 200 mil anos, quando a temperatura da Terra aumentou quase dez graus Celsius. Depois desse aquecimento, o planeta esfriou e o animal voltou a crescer.
Segundo o autor do estudo, Stephen Chester, estudante de doutorado da Universidade de Yale, os pesquisadores já sabiam que “mamíferos herbívoros ficaram menores durante o primeiro Eoceno (há 55 milhões de anos), quando o aquecimento global aconteceu, provavelmente por causa de níveis elevados de dióxido de carbono”.

Seu colega de pesquisa, Jonathan Bloch, curador do museu de paleontologia de vertebrados do Museu de História Natural da Flórida, explica o que surpreendeu na pesquisa.
- Esse estudo mostra que a mesma coisa aconteceu com alguns carnívoros, o que sugere que outros fatores podem ter tido um papel importante em sua evolução.

Em 2006, os pesquisadores descobriram uma mandíbula quase completa do animal em uma bacia do Estado americano do Wyoming, durante um expedição de coleta de fósseis chefiada por Bloch. O pesquisador disse que as novas descobertas podem ajudar os cientistas a entender melhor o impacto do atual aquecimento global.
Os cientistas dizem que a Terra passou por períodos de aumento nos níveis de dióxido de carbono durante o período de aquecimento, mas eles ainda não entendem o que fez os mamíferos encolherem.
Uma teoria é de que o CO2 diminuiu os nutrientes das plantas, fazendo com que os mamíferos herbívoros diminuíssem de tamanho. Bloch diz que a nova espécie recém-descoberta consumia carne, o que significa que os nutrientes das plantas não foram os únicos responsáveis.
Os mamíferos que vivem em climas mais quentes tendem a ser menores do que os que vivem em lugares mais frios. Por exemplo, os ursos que vivem no Estado americano de Montana geralmente são menores do que os que vivem no Alasca.

Bloch explicou que um dente desse animal foi descrito há 20 anos, mas os cientistas não tinha informações suficientes para dar um nome á nova espécie até encontrar a mandíbula.

Fonte:http://www.r7.com/

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Mudança climática deixa o mundo em perigo

Caso qualquer explorador se dirigisse ao Polo Norte neste verão, teria que nadar os últimos quilômetros. A descoberta de mar aberto no Polo, por um navio quebra-gelo de cruzeiro em meados de agosto, surpreendeu muitos na comunidade científica.
Esta constatação, juntamente com dois estudos recentes, proporciona não apenas mais evidências de que a cobertura de gelo da Terra está derretendo, como também que está derretendo em ritmo acelerado. Um estudo de dois cientistas noruegueses indica que dentro de 50 anos o Oceano Ártico poderá estar sem gelo algum, durante o verão. O outro, um estudo por uma equipe de quatro cientistas norte-americanos, informa que a vasta manta de gelo da Groenlândia está derretendo.
A previsão que o Oceano Ártico perderá todo seu gelo no verão não é surpresa, pois um estudo anterior demonstrou que a espessura da manta de gelo havia se reduzido em 42 porcento, durante as últimas quatro décadas. A área da manta também encolheu em 6 porcento. Em conjunto, este adelgaçamento e encolhimento reduziram a massa de gelo do Oceano
Ártico em quase a metade.
Enquanto isso, a Groenlândia está acumulando algum gelo nas maiores altitudes, mas está perdendo muito mais nas baixas elevações, particularmente ao longo dos seus litorais sul e leste. A imensa ilha de 2,2 milhões de quilômetros quadrados (três vezes o tamanho do Texas) está sofrendo uma perda líquida de aproximadamente 51 bilhões de metros cúbicos de água a cada ano, um volume igual à vazão anual do Rio Nilo.
A Antártica também está perdendo gelo. Contrariamente ao Polo Norte, que é coberto pelo Mar Ártico, o Polo Sul está coberto pelo continente antártico, uma massa de terra aproximadamente do tamanho dos Estados Unidos. Sua manta de gelo de dimensões continentais, com espessura média de 2,3 quilômetros, é relativamente estável. Porém as plataformas de gelo - as porções da manta que se estendem nos mares circundantes - estão desaparecendo rapidamente.
Uma equipe de cientistas norte-americanos e britânicos relataram, em 1999, que as plataformas de gelo em ambos os lados da Península Antártica estão em plena regressão. Desde meados do século até 1997, estas áreas perderam 7.000 quilômetros quadrados, à medida que a manta de gelo se desintegrava. Mas, então, dentro de pouco mais de um ano, perderam mais 3.000 quilômetros quadrados. Icebergs do tamanho do Estado de Delaware, que se desprenderam, estão ameaçando a navegação na região. Os cientistas atribuem o degelo acelerado a um aumento regional da temperatura de cerca de 2,5 graus centígrados, desde 1940.


Estes não são apenas exemplos de degelo. Minha colega, Lisa Mastny, que examinou cerca de 30 estudos sobre este assunto, informa que o gelo está derretendo em quase toda a parte - e em ritmo acelerado. (Ver Worldwatch News Brief, 6 de março de 2000 http://www.worldwatch.org/alerts/000306. html). A massa de neve/gelo está encolhendo nas principais cordilheiras do mundo: Montanhas Rochosas, Andes, Alpes e Himalaia. No Glacier National Park, em Montana, o número de geleiras diminuiu de 150 em 1850 para menos de 50 hoje. O U.S. Geological Survey prevê o desaparecimento das geleiras restantes dentro de 30 anos.
Os cientistas que estudam a geleira Quelccaya, nos Andes peruanos, informam que seu recuo acelerou, de 3 metros por ano entre 1970 e 1990, para 30 metros ao ano desde 1990. Nos Alpes europeus, o encolhimento da região glacial em 35 - 40 porcento desde 1850, deverá continuar. Estas geleiras antigas poderão desaparecer quase completamente durante o próximo meio século.
A redução das massas de gelo no Himalaia acelerou-se de forma alarmante. Na Índia oriental, a geleira Dokriani Bamak, que recuou 16 metros entre 1992 e 1997, encolheu mais 20 metros só em 1998. Este degelo e encolhimento de massas de neve/gelo não deverá causar tanta surpresa. O cientista sueco, Svente Arrhenius, alertou no início do último século que a queima de combustíveis fósseis poderia elevar os níveis atmosféricos de dióxido de carbono (CO2), criando um efeito estufa. Os níveis atmosféricos de CO2, calculados em 280 partes por milhão (ppm) antes da Revolução Industrial, elevaram-se de 317 ppm em 1960 para 368 ppm em 1999 - um ganho de 16 porcento em apenas quatro décadas.
Enquanto as concentrações de CO2 subiam, também se elevava a temperatura da Terra. Entre 1975 e 1999, a temperatura média aumentou de 13,94 graus centígrados, para 14,35 graus, ou um aumento de 0,41 grausem 24 anos. Os 23 anos mais quentes, desde que se começou a registrar as temperaturas em 1866, ocorreram de 1975 para cá.
Os pesquisadores estão descobrindo que um aumento modesto na temperatura, de apenas 1 ou 2 graus centígrados em regiões montanhosas pode aumentar dramaticamente a parcela de precipitação que cai como chuva enquanto reduz a parcela que cai como neve. A conseqüência é maior inundação durante a época das chuvas, encolhimento da massa de neve/gelo e menor degelo da neve para alimentar os rios durante a estação seca. Estes "reservatórios do céu," onde a natureza armazena a água doce para uso no verão quando a neve derrete, estão encolhendo e alguns podem desaparecer por completo. Isto afetará o abastecimento de água às cidades e para irrigação, em regiões que dependem do degelo para a alimentação dos rios.

Se o volume maciço de neve/gelo do Himalaia - que é o terceiro maior do mundo, depois das mantas de gelo da Groenlândia e da Antártica - continuar a derreter, afetará o abastecimento de água de grande parte da Ásia. Todos os grandes rios da região - o Indus, Ganges, Mekong, Yangtze e o Amarelo - originam-se no Himalaia. O degelo no Himalaia poderá alterar a hidrologia de vários países asiáticos, incluindo o Paquistão, Índia, Bangladesh, Tailândia, Vietnã e China. Menos degelo de neve para alimentar os rios na estação seca do verão poderá agravar a pobreza hidrológica que já afeta muitas pessoas na região. (Ver Edições Alerts 1 e 4 www.worldwatch.org/alerts/indexia.html)
À medida que o gelo na terra derrete e flui para o mar, o nível do mar se eleva. Durante o último século, o nível do mar subiu 20 - 30 centímetros. Durante este século, os modelos climáticos existentes indicam que poderá elevar-se em até 1 metro. Caso a manta de gelo da Groenlândia, que tem até 3,2 quilômetros de espessura em alguns locais, derretesse por completo, o nível do mar se elevaria em 7 metros.
Mesmo um aumento muito mais modesto afetaria as baixadas inundáveis da Ásia, onde a maior parte do arroz da região é cultivado. De acordo com uma análise do Banco Mundial, uma elevação de 1 metro no nível do mar eliminaria metade da região do arroz em Bangladesh. Inúmeros países-ilha teriam que ser evacuados. Os residentes dos vales fluviais densamente habitados da Ásia seriam forçados a se deslocar para o interior, já superpovoado. A elevação do nível do mar poderá criar refugiados climáticos, aos milhões, em países como China, Índia, Bangladesh, Indonésia, Vietnã e Filipinas.
Ainda mais perturbador, o próprio degelo poderá acelerar o aumento da temperatura. Á medida que as massas de neve e gelo encolhem, menos luz solar é refletida de volta ao espaço. Com maior luz solar sendo absorvida pelas superfícies menos refletoras, a temperatura aumenta ainda mais rapidamente e o degelo acelera.
Não precisamos ficar de braços cruzados enquanto este cenário se desenvolve. Ainda pode haver tempo para estabilizar os níveis do CO2 atmosférico, antes que as contínuas emissões de carbono façam com que a mudança climática fuja ao controle. Temos energia eólica, solar e geotérmica suficientes, que podem ser controlada economicamente para mover a economia mundial. Se incorporarmos o custo da destruição climática ao preço dos combustíveis fósseis, sob a forma de um imposto do carbono, os investimentos rapidamente se deslocariam dos combustíveis fósseis para essas fontes benignas de energia.
As principais indústrias automotivas estão, todas, desenvolvendo motores de células de combustível. A Daimler Chrysler planeja iniciar a comercialização de um automóvel em 2003. O combustível escolhido para estes motores é o hidrogênio. Mesmo os líderes da indústria petrolífera reconhecem que iremos finalmente sair de uma economia energética baseada no carbono para uma baseada no hidrogênio. A questão é se poderemos realizar esta mudança antes que o sistema climático da Terra seja irreversivelmente alterado

Mudanças climáticas



O Clima pode ser definido como o conjunto de condições meteorológicas (temperatura, umidade, chuvas, pressão e ventos) que mantém características comuns em uma determinada região. Variações no clima fazem parte da dinâmica ambiental do planeta. Por exemplo, a diferença das características de uma mesma estação de um ano para outro, que pode ser mais quente ou fria, úmida ou seca, chuvosa ou não. Também são evidências das variações do clima os fenômenos como tempestades, ciclones e secas.
As mudanças climáticas são uma alteração permanente nessas características e aconteceram diversas vezes no passado, por causas naturais. Entretanto, as atividades humanas, em especial as que utilizam combustíveis fósseis, vêm influenciando a ocorrência desse tipo de evento, por meio da alteração do equilíbrio climático do planeta. A causa central deste fenômeno é a intensificação do efeito estufa, que modifica o modo com que a energia solar interage com a atmosfera, provocando graves conseqüências.
Alguns indicadores das mudanças climáticas nos últimos 15 anos são o aquecimento global, alterações bruscas em características básicas das estações do ano em diferentes partes do planeta, como temperatura e ocorrência de chuvas, ou aumento inédito nas últimas décadas de fenômenos abruptos como vendavais, ciclones e enchentes.
Se hoje existe um consenso entre cientistas de que mudanças climáticas estão em curso e têm como origem a influência das atividades humanas no ambiente, ainda há um longo caminho a se percorrer no que diz respeito à mitigação das causas desse fenômeno e à adoção de energias alternativas para as atividades produtivas. Os tratados internacionais abriram caminhos para lidar com esse problema, ao estabelecerem diretrizes para redução de emissões dos gases do efeito estufa (GEEs) e ferramentas de ordem prática, como os mecanismos de flexibilização do Protocolo de Kyoto.

Consequências do aquecimento global


A Europa tem sido castigada por ondas de calor de até 40 graus centígrados, ciclones atingem o Brasil (principalmente a costa sul e sudeste), o número de desertos aumenta a cada dia, fortes furacões causam mortes e destruição em várias regiões do planeta e as calotas polares estão derretendo (fator que pode ocasionar o avanço dos oceanos sobre cidades litorâneas). O que pode estar provocando tudo isso? Os cientistas são unânimes em afirmar que o aquecimento global está relacionado a todos estes acontecimentos.
Pesquisadores do clima mundial afirmam que este aquecimento global está ocorrendo em função do aumento da emissão de gases poluentes, principalmente, derivados da queima de combustíveis fósseis (gasolina, diesel, etc), na atmosfera. Estes gases (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono) formam uma camada de poluentes, de difícil dispersão, causando o famoso efeito estufa. Este fenômeno ocorre, pois, estes gases absorvem grande parte da radiação infra-vermelha emitida pela Terra, dificultando a dispersão do calor.
O desmatamento e a queimada de florestas e matas também colabora para este processo. Os raios do Sol atingem o solo e irradiam calor na atmosfera. Como esta camada de poluentes dificulta a dispersão do calor, o resultado é o aumento da temperatura global. Embora este fenômeno ocorra de forma mais evidente nas grandes cidades, já se verifica suas conseqüências em nível global.
aquecimento global - derretimento de gelo Derretimento de gelo nas calotas polares: uma das consequências do aquecimento global.
Conseqüências do aquecimento global
- Aumento do nível dos oceanos: com o aumento da temperatura no mundo, está em curso o derretimento das calotas polares. Ao aumentar o nível da águas dos oceanos, podem ocorrer, futuramente, a submersão de muitas cidades litorâneas;
- Crescimento e surgimento de desertos: o aumento da temperatura provoca a morte de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando vários ecossistemas. Somado ao desmatamento que vem ocorrendo, principalmente em florestas de países tropicais (Brasil, países africanos), a tendência é aumentar cada vez mais as regiões desérticas do planeta Terra;
- Aumento de furacões, tufões e ciclones: o aumento da temperatura faz com que ocorra maior evaporação das águas dos oceanos, potencializando estes tipos de catástrofes climáticas;
- Ondas de calor: regiões de temperaturas amenas tem sofrido com as ondas de calor. No verão europeu, por exemplo, tem se verificado uma intensa onda de calor, provocando até mesmo mortes de idosos e crianças.
Protocolo de Kyoto
Este protocolo é um acordo internacional que visa a redução da emissão dos poluentes que aumentam o efeito estufa no planeta. Entrou em vigor em 16 fevereiro de 2005. O principal objetivo é que ocorra a diminuição da temperatura global nos próximos anos. Infelizmente os Estados Unidos, país que mais emite poluentes no mundo, não aceitou o acordo, pois afirmou que ele prejudicaria o desenvolvimento industrial do país.
Conferência de Bali
Realizada entre os dias 3 e 14 de dezembro de 2007, na ilha de Bali (Indonésia), a Conferência da ONU sobre Mudança Climática terminou com um avanço positivo. Após 11 dias de debates e negociações. os Estados Unidos concordaram com a posição defendida pelos países mais pobres. Foi estabelecido um cronograma de negociações e acordos para troca de informações sobre as mudanças climáticas, entre os 190 países participantes. As bases definidas substituirão o Protocolo de Kyoto, que vence em 2012.
Conferência de Copenhague - COP-15
A 15ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima foi realizada entre os dias 7 e 18 de dezembro de 2009, na cidade de Copenhague (Dinamarca). A Conferência Climática reuniu os líderes de centenas de países do mundo, com o objetivo de tomarem medidas para evitar as mudanças climáticas e o aquecimento global. A conferência terminou com um sentimento geral de fracasso, pois poucas medidas práticas foram tomadas. Isto ocorreu, pois houve conflitos de interesses entre os países ricos, principalmente Estados Unidos e União Européia, e os que estão em processo de desenvolvimento (principalmente Brasil, Índia, China e África do Sul).
De última hora, um documento, sem valor jurídico, foi elaborado visando à redução de gases do efeito estufa em até 80% até o ano de 2050. Houve também a intenção de liberação de até 100 bilhões de dólares para serem investidos em meio ambiente, até o ano de 2020. Os países também deverão fazer medições de gases do efeito estufa a cada dois anos, emitindo relatórios para a comunidade internacional.
Chefe da ONU já admite fracasso na reunião climática de Cancún
Plantão | Publicada em 09/08/2010 às 17h33m
Por Patrick Worsnip
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, admitiu nesta segunda-feira que a conferência climática do final do ano em Cancún talvez não resulte em um acordo definitivo para conter o aquecimento global. Muitos negociadores e alguns subordinados de Ban já haviam expressado essa preocupação.
A conferência de Cancún (México) vai de 29 de novembro a 10 de dezembro. As atenções estão voltadas para esse encontro desde dezembro do ano passado, quando a cúpula climática de Copenhague terminou sem um novo tratado de cumprimento obrigatório para substituir o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
"Precisamos ser práticos e realistas", disse Ban em resposta a uma pergunta na entrevista coletiva mensal na sede da ONU, nesta segunda-feira. "Pode ser o caso de que não sejamos capazes de termos um acordo vinculante abrangente em Cancún."
Na semana passada, uma reunião de trabalho em Bonn (Alemanha) terminou com os participantes dizendo que as negociações haviam retrocedido ao invés de avançarem.
A chefe de questões climáticas da ONU, Christiana Figueres, disse naquela reunião que o acordo final "levaria mais tempo" do que a reunião de Cancún, e que seria mais urgente fazer com que os países cumpram compromissos assumidos previamente no que diz respeito a ajuda à adaptação climática e proteção florestal nos países pobres.
Ban disse ter havido um "progresso real" em algumas áreas, como o financiamento para que os países pobres enfrentem a mudança climática, o desenvolvimento da tecnologia de adaptação e o reflorestamento.
"Com base nessas áreas setoriais, tentaremos construir para que sejamos capazes de ir adiante de um modo muito mais abrangente", disse o sul-coreano. "Acima de tudo, devemos sanar a lacuna na confiança entre países desenvolvidos e em desenvolvimento."
Divergências entre países ricos e pobres sobre as obrigações de cada parte foram o principal obstáculo à conclusão do acordo em Copenhague. Na conferência do ano passado, os países se limitaram a uma declaração com a meta de limitar o aquecimento global a uma média de 2 graus Celsius, mas sem explicar como.
Muitos países ricos e algumas grandes nações em desenvolvimento, como China, Índia e Brasil, admitem que um tratado juridicamente vinculante terá de esperar, talvez até uma reunião de 2011 na África do Sul.
A pedido dos participantes do Protocolo de Kyoto, a agência climática da ONU detalhou no mês passado planos de contingência para a eventualidade de não surgir um tratado para sucedê-lo. Entre as possibilidades está a redução do número mínimo de países necessários para aprovar novas metas - hoje é de 143, ou três quartos dos participantes - e a prorrogação das metas atuais para 2013 ou 2014.
As metas de redução de emissões de gases do efeito estufa estipuladas no Protocolo de Kyoto valem apenas para países desenvolvidos, que acham que os países em desenvolvimento também deveriam ter suas próprias metas de cumprimento obrigatório

Efeito Estufa


O Efeito Estufa é a forma que a Terra tem para manter sua temperatura constante. A atmosfera é altamente transparente à luz solar, porém cerca de 35% da radiação que recebemos vai ser refletida de novo para o espaço, ficando os outros 65% retidos na Terra. Isto deve-se principalmente ao efeito sobre os raios infravermelhos de gases como o Dióxido de Carbono, Metano, Óxidos de Azoto e Ozônio presentes na atmosfera (totalizando menos de 1% desta), que vão reter esta radiação na Terra, permitindo-nos assistir ao efeito calorífico dos mesmos.
Nos últimos anos, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera tem aumentado cerca de 0,4% anualmente; este aumento se deve à utilização de petróleo, gás e carvão e à destruição das florestas tropicais. A concentração de outros gases que contribuem para o Efeito de Estufa, tais como o metano e os clorofluorcarbonetos também aumentaram rapidamente. O efeito conjunto de tais substâncias pode vir a causar um aumento da temperatura global (Aquecimento Global) estimado entre 2 e 6 ºC nos próximos 100 anos. Um aquecimento desta ordem de grandeza não só irá alterar os climas em nível mundial como também irá aumentar o nível médio das águas do mar em, pelo menos, 30 cm, o que poderá interferir na vida de milhões de pessoas habitando as áreas costeiras mais baixas.
Se a terra não fosse coberta por um manto de ar, a atmosfera, seria demasiado fria para a vida. As condições seriam hostis à vida, a qual de tão frágil que é, bastaria uma pequena diferença nas condições iniciais da sua formação, para que nós não pudessemos estar aqui discutindo-a.

planeta




O Efeito Estufa consiste, basicamente, na ação do dióxido de carbono e outros gases sobre os raios infravermelhos refletidos pela superfície da terra, reenviando-os para ela, mantendo assim uma temperatura estável no planeta. Ao irradiarem a Terra, parte dos raios luminosos oriundos do Sol são absorvidos e transformados em calor, outros são refletidos para o espaço, mas só parte destes chega a deixar a Terra, em consequência da ação refletora que os chamados "Gases de Efeito Estufa" (dióxido de carbono, metano, clorofluorcarbonetos- CFCs- e óxidos de azoto) têm sobre tal radiação reenviando-a para a superfície terrestre na forma de raios infravermelhos.
efeito estufa


Desde a época pré-histórica que o dióxido de carbono tem tido um papel determinante na regulação da temperatura global do planeta. Com o aumento da utilização de combustíveis fósseis (Carvão, Petróleo e Gás Natural) a concentração de dióxido de carbono na atmosfera duplicou nos últimos cem anos. Neste ritmo e com o abatimento massivo de florestas que se tem praticado (é nas plantas que o dióxido de carbono, através da fotossíntese, forma oxigênio e carbono, que é utilizado pela própria planta) o dióxido de carbono começará a proliferar levando, muito certamente, a um aumento da temperatura global, o que, mesmo tratando-se de poucos graus, levaria ao degelo das calotes polares e a grandes alterações a nível topográfico e ecológico do planeta.

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Poluentes Atmosféricos


polu caminhao congestionamento


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Camada de Ozônio



Sua constituição, há cerca de 400 milhões de anos, permite o desenvolvimento da vida no meio terrestre, já que o ozônio, um gás rarefeito cujas moléculas compõem-se de três átomos de oxigênio, protege a Terra da radiação ultravioleta emitida pelo Sol.
Redução na camada de ozônio – Como a composição da atmosfera nessa altitude é bastante estável, a camada de ozônio manteve-se inalterada ao longo de milhões de anos. Nas últimas décadas, no entanto, os cientistas vêm constatando uma diminuição na concentração de ozônio, decorrente da emissão de poluentes pelo homem.
O cloro, presente nos compostos de clorofluorcarbonos (CFCs), é identificado como o principal responsável. O CFC é utilizado como propelente em algumas espécies de sprays, em embalagens de plástico, chips de computadores, solventes utilizados pela indústria eletrônica e, especialmente, em aparelhos de refrigeração, como geladeira e ar-condicionado.
Os primeiros alertas sobre a perda de espessura do escudo protetor são feitos pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (Nasa), a partir de pesquisas realizadas entre 1979 e 1986.
Os estudos também indicam a existência de um buraco de cerca de 7 milhões de quilômetros quadrados sobre a Antártica. Em 1992
a Nasa identifica um segundo buraco, desta vez sobre o Pólo Norte, chegando às regiões próximas ao Círculo Polar Ártico.
Em setembro de 1995, a Organização Meteorológica Mundial (OMM) divulga que o buraco sobre o continente antártico já atinge cerca de 10 milhões de km², área equivalente ao território europeu.
Conseqüências – A redução da camada de ozônio permite uma maior incidência dos raios ultravioleta na Terra, intensificando o efeito estufa . Esse tipo de radiação também é nocivo a qualquer forma de vida existente no planeta.
Mais de dois terços das espécies vegetais, por exemplo, são danificadas com a sua incidência. Nos seres humanos, compromete a resistência do sistema imunológico e provoca principalmente câncer de pele e doenças oculares, como a catarata. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Unep) calcula que a cada 1% de destruição na camada de ozônio são originados no mundo 50 mil novos casos de câncer de pele e 100 mil de catarata.
Políticas ambientais – Em 1987, representantes de 24 países reunidos no Canadá assinam o Protocolo de Montreal, comprometendo-se a restringir pela metade a produção de CFC até 1999. Em junho de 1990, a Organização das Nações Unidas (ONU) determina o fim gradativo da fabricação de CFC até o ano 2010.
No mesmo ano, é criado o Programa Brasileiro de Eliminação da Produção e Consumo das Substâncias que Destroem a Camada de Ozônio, que pretende eliminar a utilização de CFC no país até 2001.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Início do aquecimento global

O início da interferência humana no meio ambiente e, consequentemente, no clima ocorreu em períodos anteriores à Revolução Industrial, que teve início em meados do século XVIII na Inglaterra. Uma pesquisa desenvolvida no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) mostra que, mesmo antes do surgimento das grandes indústrias o planeta já sofria com aumento de temperatura e o início do aquecimento global.

Baseada em coleta, comparações e análise crítica das informações da literatura produzidas mundialmente sobre o tema, a advogada Aretha Sanchez mostra em sua dissertação de mestrado – Atividades humanas e mudanças climático -ambientais: Uma relação inevitável – orientada pelo professor e pesquisador do Ipen Luiz Antonio Mai e defendida em julho de 2009, que povoados como os Maias e Mochicas, na América Latina, Acádios, no Iraque, povos da Groenlândia Nórdica entre outros sofreram colapsos e desapareceram devido a essa modificação climática local.

Os antigos integrantes desses povoados usaram grande parte dos recursos naturais existentes nos locais em que viviam e foram obrigados a sair de sua região de origem após a deteriorização intensa do ambiente. O desmatamento, a caça, a pesca, o desenvolvimento da agricultura e a poluição das águas foram causas determinantes para a modificação climática regional e, consequentemente, a extinção de importantes povoados.

Apesar da gravidade dessas interferências, a pesquisadora afirma que foram necessárias para que as populações pudessem se desenvolver. “Para que possa haver desenvolvimento, o homem interferiu no meio ambiente e consequentemente no clima. Na época das primeiras interferências climáticas, as populações não tinham consciência de que o uso e a intervenção no meio ambiente pudessem levar seus povoados a extinção. Nós temos esse conhecimento e devemos tentar diminuir essas modificações ambientais”, explica Aretha.

As interferências ocorridas anteriormente à Revolução Industrial foram muito significativas para as modificações do clima em determinadas regiões do planeta. Segundo a pesquisadora, “houve um aumento de até 4ºC na Europa e na América do Norte. Apesar de o aumento de temperatura ter sido regional, podemos falar que foi causado pela interferência do homem no meio ambiente, um ‘aquecimento global’ em escala menor se comparado aos problemas climáticos atuais”.

Mesmo com os malefícios causados por esse aumento significativo na temperatura em certas regiões do globo, que ocasionou desequilíbrio ambiental e extinguiu povoados importantes, Aretha salienta que se não fossem essas interferências iniciais, as populações tanto da América do Norte quanto da Europa não se desenvolveriam da forma como se desenvolveram.